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Loki (ou pode chamar de ‘demoninho’)

Silvia Pereira

Frame do vídeo em que o vi pela primeira vez

Foi paixão à primeira vista. Quando vi o jeito curioso daquele filhote mover a cabecinha – que parecia maior que o corpo – e o olhar torneado de preto, feito kajal de maquiagem indiana, parecia que eu já conhecia aquela bolinha de pelos cinzentos com estampa de tigrinho.

Foi em um vídeo que a namorada de um amigo postou na internet que vi pela primeira vez aquela mimosura. Brincava com qualquer coisa que lhe roubasse o olhar, parecendo ter déficit de atenção – por que será que me identifiquei (rs)?

Eu não tinha gatos desde minha primeira infância, mas sempre quis – o marido proibia, cedendo ao preconceito geral de que são animais egoístas e traiçoeiros.

Então veio o acidente e aquela rotina toda. No ponto em que Márcio se prepara para voltar ao trabalho, a iminência de ficar sozinha pela primeira vez com minha convalescença me deu argumentos para exigir um bichano.

A viagem a Jaú para buscar a “bolinha de pelos cabeçuda” foi minha primeira após o acidente. Chegou toda ansiosa, miando muito de susto. Passei toda a viagem de volta cuidando de sua miadeira desesperada com cafunés e colo (com pouco sucesso).

A resistência do Márcio a gatos durou uns 10 minutos

A resistência de Márcio a gatos durou uns 10 minutos – se tanto.

Chamamos a bolinha de pelos de Maya por uma semana inteira até a primeira ida ao veterinário, quando descobrimos que “ela” era “ele” – o sexo dos filhotes demora a aparecer, favorecendo o engano.

Virou oficialmente Lóki – em homenagem ao deus da travessura e ao álbum solo do mutante Arnaldo Batista (“Cê tá pensando que eu sou lóki?”) -, mas pode chamá-lo também de “demoninho”, como Márcio faz sempre que o flagra numa traquinagem.

Explora as mais altas prateleiras

Quando entra no que chamo “modo Gremlin”, corre pela casa atrás de mosquitos e borboletas, marcando nossos móveis com seu parkour endiabrado; escala as telas que protege janelas e sacada e explora as mais altas prateleiras. Se algo cai ao chão, perto dele, esqueça! Dificilmente terá pernas para alcançá-lo antes dele se meter embaixo de uma cama com o tesouro à boca – pra ter de volta, só esperando a criatura cansar do brinquedo (praticamente um “gatorro”).

Para canalizar um pouco sua energia, gastei horas terapêuticas construindo-lhe um arranhador a partir de um banquinho alto de madeira, cordas e tapetes velhos. Tenho vídeos hilários dele brincando com o sininho que pendurei em um dos lados (assista vídeo abaixo) e fotos lindas de suas sonecas na redinha que improvisei na base (sua energia segue em alta, obrigada!).

Apesar da hiperatividade, Lóki chegou com tudo o que gosto em um pet. É carinhoso do tipo grudento mesmo – adora um colinho, segue-me pela casa e, se pego o laptop, já pula em cima para tentar roubar para ele toda a atenção. Manhoso, mia como se conversasse comigo. Sociável, nunca foge de visitas e se oferece para carinhos sem pudor nenhum. Mata de rir com sua atrapalhação e poses sem-modos.

Minhas postagens nas redes sociais ficaram monotemáticas após sua chegada, seguida pela de Maya, a gata (sobre a qual escreverei em um próximo post), porque eles encheram de alegria meu período mais solitário de recuperação.

Ainda enchem.

 

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