Receitinha grandiosamente embalada por QUEEN

Quando ouvi aquele “Yeahhhh… anybodyyyyyyyyyyyy...” cantado em coro operístico em tom crescente na abertura de “Love Birds”, não deu outra: sabia que ia gostar daquele filme neozelandês de sinopse fraquinha, mas com o trunfo imbatível de ter o personagem principal fanático pelo grupo QUEEN – minha banda favorita entre todas (e olhe que gosto de muita coisa!).

Começar ao som de “Somebody to love” – uma entre tantas obras-primas do rock operístico do grupo – foi matador. Fez-me simpatizar de cara com o personagem Doug, um empreiteiro de mão-de-obra que leva um fora da namorada por não ter grandes ambições na vida.

Sua fossa começa grandiosamente bem, ao som de “It’s a Hardlife”. Quando decide curtir a dor-de-cotovelo adotando um pato que cai ferido sobre seu telhado, aprende a lidar com ele ao som de “Crazy Little Thing Called Love”.

É através da ave que Doug conhece a zoóloga Holly (a atriz inglesa Sally Hawkins), com quem passa a sair. Quando a apresenta aos amigos, ela o tira para dançar na introdução de “Don’t Stop me Now”, que começa linda e lenta para virar um rockão eletrizante em seguida.

Doug leva o novo animal de estimação para todo o lado ouvindo o que ao rádio?… de “I Want to Break Free” a“Who wants to live forever”, as gravações mais populares do Queen. Suas músicas, aliás, tocam nas cenas mais importantes e/ou engraçadas. Tem até uma hilária perseguição de bicicleta ao som da performática “Bicycle Race”.

Tudo bem que o filme segue a receitinha de toda comédia romântica: moço conhece moça, ambos se apaixonam e encontram, no meio do caminho, um complicador que os fará descobrir que foram, afinal, feitos um para o outro.

Não faz mal, porque sua realização é correta e grandiosamente embalada pela trilha sonora do grupo inglês. Os atores são até convincentes, apesar do pesadíssimo sotaque neozelandês, e o final é IMPAGÁVEL, com um clipe em que todos os personagens dublam “Princess of the universe” em performances caricatas engraçadíssimas!

Enfim, “Love Birds” cumpriu o que prometeu: divertiu-me muuuuito.

Valeu!