Há um momento de extrema emoção em “A Teoria de Tudo”, que sozinho justificaria o Oscar de Melhor Ator para Eddie Redmayne.
A voz artificial do computador que o astrofísico Stephen Hawking usa para se comunicar dá à sua mulher uma informação aparentemente banal. Jane ajoelha-se em frente à cadeira de rodas dele. Trocam um significativo olhar. Ela diz a curtíssima frase que explica todas as suas escolhas de vida até ali. E fica entendido que suas vidas nunca mais serão as mesmas.
Seria preciso ter um coração de pedra para não chorar com Eddie Redmayne nesta cena. Aliás, o filme é todo dele, que fez por merecer o Oscar de Melhor Ator pelo papel. O ator não só adota a aparência e os trejeitos do cientista vítima de Esclerose Lateral Amiotrófica (doença degenerativa irreversível), como consegue, nas cenas em que o interpreta já totalmente paralisado e conservando apenas o movimento de um dedo, concentrar toda a atuação no rosto.
Felicity Jones também está muito bem no papel da devotada mulher, que se recusou a desistir do amor de sua vida mesmo ante o diagnóstico de que ele teria apenas dois anos de vida. Passadas mais de quatro décadas, Hawking segue vivo, pai de três filhos com Jane e autor de relevantes teorias astrofísicas – algumas das quais transformaram-se no livro “Uma Breve História do Tempo”.
Narrativa
Classificada como cinebiografia, “A Teoria de Tudo” é, na verdade, a história de um relacionamento que teve seu ciclo de amadurecimento em meio à adversidade. Por ser inspirado na vida real, não tem o “happy end” típico dos romances ficcionais.
Afora as atuações excepcionais, a realização do filme como um todo fica dentro dos limites do gênero, justificando a ausência de seu diretor entre os indicados na categoria. A narrativa também é cronológica e convencional.
Ainda assim, é uma história de amor digna de ser vista.
1 comentário
ok.