‘Batman ressurge’: cerebral!

Ainda não haviam acendido as luzes quando o cinema inteiro começou a bater palmas nos últimos acordes de encerramento de “Batman – O Cavaleiros das Trevas Ressurge”, na primeira sessão da meia-noite em uma das salas do Ribeirão Shopping. O meu aplauso foi de pé, porque, como já escrevi antes aqui – e se pudesse repetiria em letras garrafais e corpo 100 -, CHRISTOPHER NOLAN É UM GÊNIO!!!

Sei disso porque, como milhares de outros cinéfilos como eu –  que de tanto ver filmes adquirem o hábito irritante de adivinhar o que vai ocorrer na tela -, sempre acabo surpreendida em algum ponto dos roteiros assinados por ele. E neste “Batman” errei todas…

A-DO-REI ERRAR!

Co-roteirista de seus próprios filmes, Nolan monta as histórias como se jogasse xadrez com o público. Não adianta você adivinhar o movimento, ele vai colocá-lo em xeque quando vc achar que já entendeu a jogada toda. A genialidade do cara não está só na sua capacidade de surpreender com uma história original que faz pensar, porque uma minoria de diretores o conseguem, mas arrisco dizer que nenhum outro o faz conjugando inteligência e engenhosidade narrativa em um blockbuster (!).

Pode não ser agora, mas algum dia, com distância temporal suficiente, as enciclopédias de cinema vão dizer que Nolan chegou à sétima arte para provar que filmes inteligentes também podem ser campeões de bilheteria, que nem a massa é tão burra e nem é sacrilégio um grande diretor usar os recursos milionários da indústria em show visual que emoldure histórias cerebrais.

Pensar na sala escura não é mais privilégio de poucos graças a Nolan e suas histórias bem amarradas, cheias de símbolos e que ousam desconstruir mitos que ela mesmo erigiu lá no começo.

Não vou entrar em detalhes sobre a sinopse desta vez. Se dependesse de mim, todos os amantes de cinema entrariam na sala para ver “Batman… ressurge” sem nenhuma pista que os prepare para qualquer movimento desse xadrez. Porque se você está lendo este blog é porque gosta de cinema. E se gosta de cinema, ADOOORA se surpreender e errar todos os palpites como eu.

Bom show para você que ainda não viu (‘tá esperando o que mesmo?).