Frescor é o adjetivo que me veio à mente após assistir a “Como Não Perder Essa Mulher” (“Don Jon”), em que Joseph Gordon-Levit (de “500 Dias Sem Ela”e “50%”) atua e dirige. Mas o maior mérito dele foi ter também escrito esta história autêntica sobre um jovem viciado em pornografia que não consegue se satisfazer sexualmente em relacionamentos reais.
O começo engana. Começa transbordando testosterona, com o protagonista Jon descrevendo sua rotina de jovem ítalo-americano católico, bombado e pegador, daqueles que se referem a mulheres como se falassem de gado – com direito a dar nota para as candidatas ao “matadouro”.
Quando ele conhece Barbara (Scarlett Johansson), uma “nota 10” que faz “jogo duro”, começa a abrir exceções em suas regras de solteiro convicto. Afinal, vale tudo para “ganhar” essa mulher.
Você acha que o roteiro está caminhando para aqueles desfechos manjados de “o amor transforma”, mas a história já havia começado a dar sinais sutis de que nada é o que parece – o que era caça vai se revelando caçador – quando, de repente, dá uma guinada.
Claro que não vou estragar a surpresa de quem ainda vai assistir, mas adianto que a outra surpresa do roteiro é revelar-se romântico (a sua maneira muito original) quando parecia que se resumiria a um tratado do macho-comedor (é também, mas não só).
Nessa indústria que vive de histórias-receitas para vender ingressos em larga escala, um roteiro que surpreende é ouro!