Porque a Nanda é tão “gente” que parece família

Quando ouvi Viola Davis falar o nome da Fernanda Torres na cerimônia de premiação do Globo de Ouro, fui só felicidade e gritos, em plena 1h da manhã, em um bairro periférico de Ribeirão Preto, de vizinhança pacata. Passei quase todo o dia subsequente revendo o momento em posts e memes da internet e caçando depoimentos repercutindo a conquista. Ainda dei plantão em frente à TV nos horários dos principais noticiários pra sentir aquela emoção de novo.

Só agora à noite parei para refletir e me perguntar por que a conquista de outra pessoa me fez tão feliz como se fosse minha e a resposta veio quase instantaneamente. Nada a ver com orgulho nacional semelhante ao que sentimos numa vitória de Copa do Mundo de futebol, como a maioria dos brasileiros têm descrito. Ao menos no meu caso tem mais a ver com um sentimento muito mais antigo que a Nanda (e vcs vão entender agora porque a chamo assim, como se fosse íntima) me desperta desde que comecei a assisti-la, seja atuando ou dando entrevistas divertidíssimas, e quando leio seus textos espirituosos, inteligentes, mas tão acessíveis!

A Nanda tem uma aura tão simples, disponível e alegre que parece um parente muito chegado. Sempre que a vejo/assisto, sinto uma familiaridade espontânea, extremamente prazerosa e confortável, como se ela fosse uma irmã muito querida ou aquela amiga alto astral que sabe transformar qualquer ambiente ou ocasião em pura alegria e é capaz de ouvir nossas mais vergonhosas confissões e segredos.

É tão “gente” que parece família!

Acho que as melhores pessoas têm esse poder de despertar uma familiaridade que faz até a pessoa mais egoísta torcer por outra como se fosse por si mesma e ter prazer genuíno nisso. Esse tipo de sentimento faz emergir o melhor da gente.

Obrigada Nanda, não (só) pelo Globo de Ouro, mas por me permitir experienciar como o amor ao próximo pode ser tão prazeroso de sentir!

5 comentários

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    • Jorge João Justino Nascimento em 7 de janeiro de 2025 às 21:50

    Fabuloso “Silvinha” por me ser também tão familiar. Abs

    • Heloísa Sampaio em 7 de janeiro de 2025 às 10:28

    Lindo Sílvia, realmente a Nanda tem uma aura contagiante pela natureza de um ser humano que alcançou uma simplicidade diante da complexidade da vida.
    Eu estava refletindo a respeito de como funciona a relação consigo mesma e como o ofício de buscar a expressão do sentimento é complexo.
    Parabéns, querida Nanda!

    • Sheila em 7 de janeiro de 2025 às 09:05

    Estava com saudade da Palavreira. Você tocou na essência e conseguiu transcrever essa emoção que sentimos ao ver Fernanda Torres ser premiada. Amei. Só um comentário: acho que a Tilda também sentiu essa emoção, pela reação genuina levantando-se para aplaudir a colega de profissão.

    • Thaís Ismail em 7 de janeiro de 2025 às 08:52

    Seu texto transcreveu a minha euforia, com asas abertas pelo céu. QUE LINDO! Foi isso tudo mesmo! Exatamente. E ao ler seu texto, veio um vento abusado, um quase insulto falar baixinho assim: é… agora é Nanda!!!! Pelas brasileiras, pela Madre, mas para salvar sonhos!

    • Francis em 6 de janeiro de 2025 às 23:07

    Ela parece mesmo alguém próximo da gente , e acho que é , porque representou uma história real e corajosa , como ela , como Eunice .
    Que orgulho disso tudo .
    Parabéns pelo texto , Sílvia .
    Nos trouxe a “Nanda” ainda mais perto .

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