Há filmes de que gosto sobre os quais não escrevo simplesmente porque não consigo traduzir em palavras os motivos para terem me comovido. Alguns dos piores posts deste blog, aliás, são resultados de tentativas desastrosas de vencer esta limitação da palavra diante dos sentimentos que certas histórias despertam.
Mas não aprendo e lá vou eu de novo tentar justificar porque me enterneceu assistir ao romance adolescente “A Arte da Conquista”, de Gavin Wiessen.
Uma hipótese pode ser a presença no elenco de um Freddie Highmore deixando a infância, com a voz ainda rouca, em plena revolução hormonal da adolescência. O atorzinho de “Em Busca da Terra do Nunca” e “O Som do Coração” (na cena à esquerda) sempre me comoveu em todos os filmes em que o assisti, não só pelo talento. Ele passa uma vulnerabilidade e uma verdade nos olhos que nos subjuga e cativa sem a menor chance de defesa.
Pode ter colaborado também o apelo infalível do personagem deslocado – quem foi um na fase escolar sempre se identifica -, no caso o adolescente George, super-inteligente, mas desinteressado de todos os aspectos práticos da vida por acreditar que é tudo de uma grande inutilidade considerando-se que todos nascemos e morremos sozinhos.
Impossível não acompanharmos expectantes ele se deixar experimentar um pouco da vida mundana de adolescentes comuns levado pela nova amiga Sally – uma loirinha linda que se interessa por aquele garoto estranho que a salva de ser pega fumando na escola.
Podem ser todas as hipóteses acima juntas e mais a cena que, para esta romântica incurável, valeu o filme todo: uma simples e nada original declaração de amor que termina assim: “Antes eu não era nada… era menos que nada. Você mudou isso”.
Eu sei, assim, fora de contexto, parece piegas, mas dê-se a chance de ver Highmore com sua expressão de sinceridade desconcertante e pura proferi-la com os olhos marejados e TALVEZ você entenda do que estou falando.
P.S. Até agora não entendi a escolha do título do filme.