“O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro”.
Sempre achei esta frase de Saramago sábia e me pautei por ela em pleitos anteriores. Ultimamente, porém, ante o crescimento de discursos de intolerância e preconceitos, apavorei-me! Passei a me manifestar publicamente achando que era meu dever cidadão.
Que pretensão a minha!
Não mudei a opinião de ninguém e perdi amigos… pessoas que, mesmo tendo pontos de vista diferentes, querem o mesmo que eu (ainda que algumas o desejem só para seu grupo quando deveriam desejar para todos): uma boa vida… melhor, ao menos, que a que temos hoje.
Se eu ou elas estamos errados sobre como conseguir isso é a história que vai dizer, não eu… ou elas. Aliás, se queremos as mesmas coisas nem deveria existir essa distância – nós… eles.
Então, faço um mea culpa: eu deveria estar desde o começo me manifestando a favor da paz e não contra a guerra. Estar falando de boas propostas e não criticando as ruins. E, lembrando que ninguém tem a verdade absoluta sobre o que é bom ou ruim, volto à antiga isenção.
Nossos destinos serão como a maioria decidir, como convém numa democracia (que continuemos vivendo em uma!). E tentemos coexistir!
1 comentário
É isso. Afetamos e somos todos afetados pela trama social. Vivemos num universo interdependente e não há como escapar disso. Parabéns pelo texto. É sempre bom renovar essa reflexão para não me deixar engolfar por crenças q nem sao minhas. Afinal, a única certeza que existe, na minha perspectiva, é que a multiplicidade de olhares de mundo são a verdade mais que absoluta.