Acredite, você não precisa ser viciado em videogame ou fanático por histórias em quadrinhos para se divertir a valer assistindo a “Scott Pilgrim contra o mundo” – mas se for dessas tribos, vai se divertir mais ainda.
O filme do jovem cineasta inglês Edgar Wright mistura estética de HQ e estrutura narrativa de videogame para contar uma história de amor adolescente com contornos surrealistas.
O roteiro faz piadas e/ou homenagens a alguns clichês e arquétipos contemporâneos, com inteligência e humor de sobra.
O protagonista, por exemplo, é o clichê do “looser”: nerd, aos 23 anos ainda toca baixo em uma banda de colégio, divide o apartamento com um amigo gay e namora firme uma jovem do Ensino Médio.
As aventuras começam quando ele se apaixona perdidamente pela linda e descolada Ramona Flowers. Contra todas as probabilidades, eles começam a namorar, mas Scott Pilgrim descobre que terá de enfrentar uma certa liga formada pelos sete ex-namorados da garota.
A cada luta que o protagonista vence, aparece um score de pontuação, como em um jogo de videogame.
Não raro a tela ganha visual de HQ.
Os diálogos, tão surrealistas quanto o visual, são de matar de rir e cheios de subtextos irônicos. Tudo isso em um ritmo frenético, bem ao gosto da atual geração, apressada e hiperconectada.
A certa altura, o vilão-mor vocifera, indignado: “Sabe quanto tempo levei para reunir todos os sete ex? DUAS HORAS!!!”.
É garantia de diversão para quem relaxar e deixar-se levar, sem preconceitos, pelo humor do absurdo, exagerado – aquele mesmo que costuma camuflar uma boa crítica.