Não é só a dor.
Devem ter me avisado, em algum momento – embora não me lembre -, de que doeria ter ferros acoplados ao meu fêmur. Pensei, toda me achando: “eu aguento”.
Mas não é só a dor, que, aliás, está muito pior do que eu me lembrava.
Sim, amigos, estou enfrentando as dores de uma nova fratura, desta vez propositalmente provocada pelo cirurgião, para que meu fêmur possa crescer sob estímulo de ferros instalados nas suas extremidades.
A cada dia farei esses ferros movimentarem-se para separar o osso e estimulá-lo a crescer a partir da nova fratura.
Mas não é só a dor.
Tem a tontura e o escurecimento de vista cada vez que me levanto para me alimentar ou ir ao banheiro (por passar muito tempo deitada); a fraqueza e o cansaço extremo que me fazem puxar o ar sofregamente, como uma cardíaca (o sangramento nas entradas dos ferros ainda não parou); a falta de apetite e às vezes até enjoo provocado pelo cheiro da comida (talvez pelo humor deprimido, talvez também por ficar muito deitada, mal acostumando o labirinto), que tenho de enfrentar pra colocar algum nutriente e energia pra dentro do meu corpo; e o que mais me incomoda desde o início: precisar de ajuda para absolutamente tudo, o que faz meu marido novamente perder dias de trabalho.
Talvez Deus me queira menos independente, mais humilde (mais?), sei lá.
O que quer que eu deva aprender com mais isso tudo – já me sentia bastante grata -, ainda não consigo enxergar.
Só o que sei é que será um looooongo mês.
abr 26 2017
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