Para fazer um necrológio de 2017, que agoniza, tenho a dizer que foi o melhor “pior ano” de minha vida.
Pior porque passei o primeiro semestre dele recuperando-me de um acidente grave e o segundo tentando administrar acontecimentos difíceis: uma readaptação complicada à rotina de trabalho; um AVC e um infarto de minha mãe; dois meses de hospitalização de meu pai por conta de três cirurgias de intestino; o desencarne em circunstâncias tristes de pessoas queridas – meu cunhado-irmão Nando, meu amado tio Silvio Pereira (a quem devo meu nome), o amigo Lau.
Mas também foi o melhor ano porque o termino feliz e serena como em nenhuma outra virada antes, graças a um abençoado mecanismo psicológico que começou a funcionar dentro de mim… um que me fez olhar de outra forma para coisas e pessoas que já tinha antes de cada acontecimento ruim e que me fez perceber quanta sorte tenho por cada uma delas.
O resultado desse mecanismo é um sentimento cujo nome foi campeão de citações nas redes sociais este ano, tendo merecido até matéria em televisão: gratidão.
Eu sei que nem sempre esta hashtag é usada com sinceridade nas redes, mas meu recém-desperto otimismo (outro sentimento que estou aprendendo a exercitar) me leva a acreditar que esta palavra não virou modismo à toa.
Talvez todos os fatos ruins que vêm ocorrendo em nível mundial estejam despertando este mesmo mecanismo em milhares de outras pessoas mundo afora.
Talvez essas milhares de pessoas estejam aprendendo, a partir do sofrimento, a valorizar o que lhes resta de bom em vez de só chorar pelo que sofrem.
Talvez a nova era que místicos e espiritualistas prometeram para este milênio esteja sendo construída a partir desse sentimento-alicerce.
Muitos “talvez”, eu sei, mas depende de cada um de nós transformá-los em certezas.
Tentarei fazer minha parte. É minha promessa de Ano Novo!
2 comentários
Me diz, Sílvia, como não se emocionar diante disso?
Tentaremos juntos! Me orgulho muito de vc, da sua luta incessante para ser uma pessoa melhor. Te amo cada vez mais. Amém!