“Tão forte, tão perto” é uma jóia de história filmada por Stephen Daldry (dos também excelentes “Billy Elliot”, “O Leitor” e “As Horas”), mas não deve ser entendida com a razão e sequer no âmbito do consciente. É preciso deixar seus sentidos e emoções acompanharem as expedições do garoto Oscar Schell (Thomas Horn), que parte em várias buscas pela cidade de Nova York após a perda do pai. Primeiro pelo sexto município de Nova York, que o pai diz ter flutuado para longe; depois da fechadura na qual se encaixe uma chave que ele encontra entre os pertences do falecido.
O inconsciente – regido e regente das emoções – se encarrega de nos conectar aos significados embutidos nas buscas do garoto com Síndrome de Asperger (verão mais funcional do espectro autista), que sai pela metrópole encarando seus medos para tentar dar sentido a uma perda. No processo, ele conhece pessoas de todos os tipos, inclusive o avô (Max Von Sydow, divino!) que nunca conhecera. Ainda redescobre a mãe (Sandra Bullock), que mantinha à distância de sua relação simbiótica com o pai (Tom Hanks).
Claro que não entregarei qual grande descoberta ele faz ao final, mas posso adiantar que a solução de uma de suas expedições é uma metáfora valiosa que o pai deixa como ensinamento derradeiro.
Que maravilhoso descobrir que a indústria do cinema ainda é capaz de produzir filmes tão profundos e sensíveis!
Apostei no último post que “A Invenção de Hugo Cabret” seria o grande vencedor do Oscar deste ano – e talvez seja mesmo, pelos motivos comerciais que elenquei -, mas minha torcida ficará com “Tão forte e tão perto”. Simplesmente MARAVILHOSO!