Com mais uma atuação hipnótica de Daniel Day Lewis, “Lincoln” estreou nos cinemas brasileiros cacifado por 12 indicações ao Oscar 2013, entre elas as principais, de Melhor Filme e Direção, para Steven Spielberg, e as de ator e atriz coadjuvante – Lewis e Sally Field (Mary Todd). Só levou duas: Melhor Ator e Design de Produção.
Para olhos habituados à obra do diretor norte-americano é fácil identificar traços de seu preciosismo. A direção é corretíssima, sem nenhuma “gordura” para deixar a narrativa enfadonha, mas, talvez por isso mesmo, resulta pouco emocionante.
O foco está sobre o personagem, que Spielberg tenta humanizar mostrando em situações de bastidores, tanto em família quanto na condução de um País que enfrenta o quarto ano de guerra civil.
Ironicamente, a paz aparece como uma ameaça à aprovação da 13ª emenda, que abole a escravidão nos Estados Unidos e que Lincoln ambiciona fazer passar. Por isso a maior parte do filme o presidente passa regendo – primeiro de longe e ao final, pessoalmente – a engrenagem política que determina como o Congresso Nacional aprovará cada nova lei.