Um helicóptero de elite pousa em uma base americana montada em um ponto qualquer do Oriente Médio para embarcar apenas uma tripulante. O piloto comenta com a ruiva de aspecto frágil e solitário que o espera: “Você deve ser importante”. Mas quando ele pergunta para onde deve levá-la, ela estaca, perdida.
Tampouco o espectador de “A Hora Mais Escura”, que estreia amanhã nos cinemas de Ribeirão Preto, saberá responder onde fica o lar da agente especial Maya, mas entenderá o porquê de sua hesitação. A esta altura do filme, ele já terá acompanhado sua busca obstinada pelo paradeiro do inimigo número 1 dos Estados Unidos desde o fatídico 11 de setembro de 2001. Sabe que ela passara os últimos anos sem parada fixa ou tempo para cultivar relações de qualquer outra natureza que não a profissional. Então fica fácil entender sua dificuldade em estabelecer um lugar que se assemelhe minimamente a um lar.
O filme discorre sobre as investigações que culminaram na captura e morte de Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al Qaeda, responsável pelas quase 3 mil mortes decorrentes dos ataques às torres gêmeas, em Nova Iorque.
No entanto, os holofotes estão sobre a jovem veterana da CIA – na casa dos 30 anos, foi recrutada no Ensino Médio -, que ora acompanha ora comanda interrogatórios a prisioneiros nos quais a tortura é utilizada com naturalidade.
O roteiro é direcionado a pintá-la como um daqueles heróis anônimos que Hollywood adora exaltar. Desacreditada quando começa a perseguir a trilha de um mensageiro do líder terrorista, ela insiste na pista e exige atenção.
É quando o filme, que começa arrastado entre imagens de tortura e perseguição de pistas falsas, ganha ritmo e evolui para um eficiente thriller de ação e espionagem. Mas permanecem, em meio às atitudes agressiva e obstinadas de Maya, a dúvida sobre quais são suas motivações: patriotismo, ambição…?
Eis a questão
Ao final da operação que capturou bin Laden, os fuzileiros que a colocaram em prática estão reunidos na base compartilhando o orgulho e a sensação de dever cumprido. Maya caminha entre eles como se não fizesse parte do grupo. Parece não saber para onde ir.
É como se a diretora Kathryn Bigelow a usasse como um espelho dos Estados Unidos pós-caça ao terror e lançasse ao mundo a pergunta: “para onde este país quer ir agora?”.
Jessica Chastain é a agente da CIA Maya
Um helicóptero de elite pousa em uma base americana montada em um ponto qualquer do Oriente Médio para embarcar apenas uma tripulante. O piloto comenta com a ruiva de aspecto frágil e solitário que o espera: “Você deve ser importante”. Mas quando ele pergunta para onde deve levá-la, ela estaca, perdida.
Tampouco o espectador de “A Hora Mais Escura” saberá responder onde fica o lar da agente especial Maya, mas entenderá o porquê de sua hesitação. A esta altura do filme, ele já terá acompanhado sua busca obstinada pelo paradeiro do inimigo número 1 dos Estados Unidos desde o fatídico 11 de setembro de 2001. Sabe que ela passara os últimos anos sem parada fixa ou tempo para cultivar relações de qualquer outra natureza que não a profissional. Então fica fácil entender sua dificuldade em estabelecer um lugar que se assemelhe minimamente a um lar.
O filme discorre sobre as investigações que culminaram na captura e morte de Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al Qaeda, responsável pelas quase 3 mil mortes decorrentes dos ataques às torres gêmeas, em Nova Iorque.
No entanto, os holofotes estão sobre a jovem veterana da CIA – na casa dos 30 anos, foi recrutada no Ensino Médio -, que ora acompanha ora comanda interrogatórios a prisioneiros nos quais a tortura é utilizada com naturalidade.
O roteiro é direcionado a pintá-la como um daqueles heróis anônimos que Hollywood adora exaltar. Desacreditada quando começa a perseguir a trilha de um mensageiro do líder terrorista, ela insiste na pista e exige atenção.
É quando o filme, que começa arrastado entre imagens de tortura e perseguição de pistas falsas, ganha ritmo e evolui para um eficiente thriller de ação e espionagem. Mas permanece, em meio às atitudes agressivas e obstinadas de Maya, a dúvida sobre quais são suas motivações: patriotismo, ambição…?
Eis a questão
Ao final da operação que capturou bin Laden, os fuzileiros que a colocaram em prática estão reunidos na base compartilhando o orgulho e a sensação de dever cumprido. Maya caminha entre eles como se não fizesse parte do grupo. Parece não saber para onde ir.
É como se a diretora Kathryn Bigelow a usasse como um espelho dos Estados Unidos pós-caça ao terror e lançasse ao mundo a pergunta: “para onde este país quer ir agora?”.
“A Hora Mais Escura” foi indicado aos Oscar de Melhor Filme, Atriz (Jessica Chastain), roteiro original, edição e edição de som, mas saiu da festa sem nenhuma estatueta.